quinta-feira, 3 de julho de 2008

“ As Consequências para Portugal da Decisão do BCE e o Gravíssimo Problema Mundial da Escalada do Preço do Brent “

[Infelizmente, o que eu previa, aconteceu; - contra todas as opiniões dos melhores especialistas da Europa em Economia; - Jean – Claude Trichet; - decidiu hoje subir a sua principal taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais; - O BCE toma esta medida, com o pressuposto de manter a estabilidade de preços na zona euro, e consequentemente travar o aumento da inflação, que neste momento, situa-se no dobro do que era previsto à um ano atrás; - No entanto, é de referir que a gravíssima crise que atravessamos à escala mundial, tendo o seu pior cenário na Europa, não pode ser só combatida com medidas de combate à inflação; - A forte subida da inflação é um problema que tem que ser resolvido; - Mas esse combate, não pode nem deve originar colateralmente outros problemas; - A medida de Trichet aumentar hoje a principal taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais, pode não só, ser ineficaz no combate à inflação e colateralmente, correr-se o risco de, com esta nova subida de taxas, criarem-se condições mais adversas ao crescimento da economia, que nos últimos tempos tem vindo a ter um abrandamento significativo. Portugal é um dos Países da Europa, que sai altamente prejudicado com esta medida do BCE; - Quando Trichet e os Seus pares, declaram um combate à escalada da inflação; - estão a beneficiar os País da Eurolândia onde a inflação ultrapassou em larga medida os 3 pontos percentuais e consequentemente, estão de forma directa a prejudicar Portugal; - É de realçar, que o problema em Portugal neste momento, não é a inflação; - A inflação Nacional é a segunda mais baixa entre os 15 países que actualmente compõem a Eurolândia (Zona Euro); - A inflação em Portugal no mês de Maio, situou-se em 2,8 por cento; - O que realmente é problema em Portugal no momento; - É o ritmo de crescimento, que é o segundo mais fraco dos 15 países que compõem a Zona Euro e a taxa de desemprego, que tem aumentado de forma brutal, sendo já a terceira mais elevada dos 15 Países que compõem a Zona Euro, estando apenas atrás da Espanha e da Grécia. - Infelizmente, o BCE aplica uma taxa única, sem levar em linha conta a realidade de cada País que está englobado na Zona Euro; - O Economista Jan-Egbert Strum calculou, num trabalho publicado no passado mês de Fevereiro pelo Instituto Alemão CESIFO; - Onde definiu as taxas de juro mais adequadas para cada um dos Países da Zona Euro. Utilizou para o efeito a regra Taylor (um instrumento quem leva em linha de conta o nível de desemprego e inflação para definição da política monetária), e concluiu que desde 2005, as taxas de juro definidas pelo BCE foram altas demais para a realidade Portuguesa; - Concluindo o economista que se houvesse um Banco Central a decidir a política monetária só para Portugal, estaria com toda a certeza a colocar as taxas de juro cerca de dois pontos percentuais abaixo. É bem verdade que a política geral do BCE, visa defender os interesses das grandes potências Europeias, designadamente a Alemanha, onde a inflação é neste momento um problema; - É evidente, que infelizmente, tenho a noção que não obstante o BCE ter como princípio, decidir de acordo com o que verdadeiramente interessa aos Países que têm o Euro como divisa; - Portugal e que se passa na sua economia não é relevante nas grandes orientações do BCE. A medida do BCE no aumento da taxa directora, foi mais um “ safanão “ para Portugal e mais uma grande dificuldade a ter em linha de conta, na política de recuperação da Economia do País e das Famílias Portuguesas. Não queria acabar a mensagem de hoje, sem alertar os Cibernautas que assiduamente lêem as minhas opiniões, que hoje, o barril de petróleo aumentou cerca de um dólar (aumento registado num só dia), situando-se já nos 146 dólares o barril (À um ano transaccionava-se o barril a 70 dólares); - penso que esta realidade é muito preocupante para o Nosso Futuro; - A maioria dos analistas apontam para nos próximos dias, o barril atingir os 150 dólares e até ao fim do ano atingir os tais 200 dólares o barril como já eu tinha previsto em opinião anterior. Esta negríssima realidade, merece reflexão profunda e uma comunhão de esforços à escala mundial, para se encontrar uma solução para o problema. Se continuarmos de braços cruzados; - vivendo o dia-a-dia, sem resolver o problema deste 3º choque petrolífero, corremos o sério risco (Não só Portugal; como toda a Europa, América Latina e E.U.A e Canadá) de atravessarmos uma crise à escala mundial, de piores repercussões que a grande depressão dos anos vinte, assim como da crise resultante da II Guerra Mundial; - Com uma grande agravante; - durante as duas grandes crises que anteriormente citei; - a população mundial, estava preparada para o sacrifício e para a dificuldade; - Na actualidade, com a sociedade que temos; - Educada e acostumada que foi ao conforto e à facilidade; - não sei qual será a dimensão da tragédia que se avizinha, se os actuais indicadores do preço do barril do petróleo continuarem no caminho que tem vindo a percorrer. Confesso-vos que não obstante ser um estudioso na matéria e a economia ser a minha especialidade, não prevejo nada de bom no actual quadro; - E temo pelo futuro do Meu País em particular e do resto do Globo em geral. Lisboa. Luís Bràulio Cardoso de Macedo Pereira. 36 ª Opinião – Publicada em 03 de Julho de 2008 – Quinta - Feira – 17.49 Horas (Contacto para comentários a ser publicados; depois de validados: “ brauliopt@gmail.com “]