sexta-feira, 4 de julho de 2008

“ Face à Crise Gravíssima que o Nosso País Atravessa, a Prioridade do Estado Deveria Ser Uma Justa Retribuição dos Impostos Arrecadados “

[Finalmente, o Ministro Teixeira dos Santos, reconheceu publicamente que as actuais crises internacionais nos combustíveis e nos cereais, vieram para ficar e não são passageiras, e o próprio Primeiro-Ministro reconheceu na entrevista dada que a situação financeira é grave, com tendência a piorar; - É com satisfação que pela primeira vez, constato que o nosso governo, reconhece ao mais alto nível a negra realidade que estamos atravessando; - Quando o Primeiro-Ministro afirma que é necessário reagir e não cometer asneiras, concordo em absoluto com essa intenção; - E não obstante o espaço de manobra do Governo da República ser reduzido para contrariar a tendência, - O governo pode fazer mais e melhor dentro das competências que tem; - O Sr. Ministro Teixeira dos Santos deve ter a noção que Portugal é o único País da União Europeia e talvez do Mundo, que aumentou em termos consideráveis as despesas primárias e que os salários no sector público são elevadíssimos, atendendo à situação actual do País. Quando o Sr. Primeiro – Ministro afirma que não se resigna e é necessário reagir e não fazer asneiras; - Era importante que começa-se por dar o exemplo de rigor aos Portugueses, emagrecendo de forma substancial os gastos no sector público, assim como, sensibilizar a Banca Portuguesa para que o crédito funciona-se com rigor e só ser concedido para fins úteis e não para o consumo desenfreado de rentabilidade nula no futuro. As Nossas Famílias encontram-se na sua maioria endividadas à banca, muito por culpa, do crédito fácil que o sector bancário proporcionou; - Não é admissível nem compreensível; - Que num momento de gravíssima crise internacional; - A Banca, disponibilize crédito para viagens de lazer ou para compras supérfluas das Famílias Portuguesas. A razão fundamental do estrangulamento financeiro de grande parte das Famílias Portuguesas, deve-se ao comportamento irresponsável da Banca Portuguesa; - Essa irresponsabilidade da Banca, teve várias consequências: Famílias endividadas, O Crédito incobrável a crescer de forma galopante e os Bancos a começarem a ter grandes dificuldades na liquidez; - A Goldman Sachs perspectiva que os Bancos Europeus podem precisar de cerca de 90 mil milhões de Euros (141 mil milhões de dólares) para manter os seus rácios financeiros nos níveis actuais, depois da crise e das perdas sofridas, relacionadas com a crise no mercado de crédito. Quando alertei em artigos anteriores, sobre a consequência para as exportações das empresas Europeias, face à valorização constante do Euro; - a actual realidade veio me dar razão; - A Espanha que teve um crescimento constante durante os últimos 10 anos, começa pela primeira vez a ter um abrandamento, e a produção Industrial em Espanha caiu o máximo em seis anos, no mês de Maio de 2008, uma vez que a valorização do Euro reduziu a competitividade das suas exportações; - É importante realçar que esta realidade acontece na Nossa Vizinha Espanha, que além de estar numa situação melhor do que a nossa, tem “ almofada “ financeira que Portugal não tem; - O sector Industrial Português está a definhar e ainda hoje foi confirmado publicamente, que desde Janeiro de 2008 a Junho de 2008, já faliram cerca de 500 Empresas Portuguesas; - Esta realidade tem como resultado o caminho para a liquidação progressiva das Nossas Empresas e o consequente aumento da taxa de desemprego que colateralmente sobrecarrega o Nosso sistema da Segurança Social, cuja saúde financeira não é famosa e com uma perspectiva de futuro muito incerta. Quando me perguntam de forma insistente para o meu E-mail, qual a solução para a crise que atravessamos; - não obstante a crise ser a mais grave das últimas décadas; - e não existindo soluções milagrosas; - Com os conhecimentos que tenho, e tendo em conta o que estudei; - Não tenho a mínima dúvida que a crise que atravessamos; - poderá ser colmatada pelo Governo da República, através de uma política séria e empenhada de emagrecimento do sector Público e uma retribuição justa e por prioridades dos impostos arrecadados pelo Estado; - Uma das principais prioridades deveria ser o sector da saúde, onde as famílias mais carenciadas deveriam ser isentas de taxas nos hospitais e deveriam ter os medicamentos gratuitos; - Não é admissível que um Estado responsável, obrigue reformados de pensões “ miseráveis “, a gastar quase tudo o que recebem na farmácia e se alimentem de caridade; - O Estado também deveria financiar a cem por cento, os estudos de membros oriundos de famílias no limiar da pobreza; - Tudo isto é possível, se o Estado Português tributar de forma justa, as Famílias e as Empresas com maiores rendimentos. Numa altura de crise extrema; - em que a pobreza em Portugal é visível; - O Governo da República, não pode nem deve dar prioridade a investimentos públicos de grande dimensão e investimentos tecnológicos em massa, deixando que no País seja criada uma Nova Classe de “ Novos Pobres Envergonhados “ e assistindo-se ao desaparecimento total da Classe Média Portuguesa. Aceito perfeitamente, que se deve investir em mais Formação Bruta de Capital Fixo e avanços tecnológicos; - mas aceito essa linha de rumo, depois de se resolver a “ miséria “ emergente na nossa Sociedade. Uma Casa nunca se constrói começando no telhado, começa-se sempre pelos alicerces; - E os alicerces de um País são a Sua Sociedade; - Com uma Sociedade sem dinheiro, sem emprego e sem esperança no futuro; - Não se pode, nem se deve pensar em gastos megalómanos; - sob pena de hipotecar de forma definitiva o Nosso Futuro e o Futuro dos Nossos Filhos. Lisboa. Luís Bràulio Cardoso de Macedo Pereira. 37 ª Opinião – Publicada em 04 de Julho de 2008 – Sexta - Feira – 15.34 Horas (Contacto para comentários a ser publicados; depois de validados: “ brauliopt@gmail.com “]